Pode parecer algo surrealista e totalmente de ficção científica, porque os humanos ainda não chegaram a Marte (embora não haja falta de vontade, pois os satélites e as sondas continuam a explorar o planeta). Mas a realidade é que já há quem considere a possibilidade de fazer vinho em Marte.
Uvas para o vinho de Marte: origem da ideia
É uma piada? De modo algum. A ideia vem da Geórgia, um país com uma longa e vasta tradição vinícola já milenar. Os fundadores deste projecto argumentam que, sendo a Geórgia um dos primeiros países vitivinícolas da história, querem agora ser pioneiros no desenvolvimento da viticultura em Marte.
Aparentemente, um grupo de investigadores e homens de negócios georgianos juntaram-se a uma chamada da NASA para produzir castas de uva e vinha em estufas em Marte. O chamado projeto IX Millenium está nas mãos da agência de pesquisa espacial georgiana, da universidade de comércio e tecnologia de Tbilisi, do Museu Nacional e de uma empresa chamada Space Farms.
Um projeto para o futuro
Esta coisa parece séria. Um dos cientistas deste projeto está a desenvolver uma bactéria que poderia transformar o solo árido e poeirento de Marte em terra fértil. Assim, a muito longo prazo, pretende-se que o solo de Marte possa ser transformado para cultivar plantas.
Querem também que a uva seja plantada em Marte para ser nativa do vinho georgiano e, depois de estudar as 525 castas do país, os primeiros resultados concluem que é possível utilizar rkatsiteli, que é normalmente utilizado para fazer vinho branco com sabor a maçã verde.
As castas georgianas serão assim testadas numa atmosfera semelhante à de Marte para ver como se desenvolvem nesta atmosfera. A partir daqui a ideia é elaborar o vinho e ver se, no futuro, é possível elaborar vinho com uvas vindas de Marte.
Este será um processo moroso, embora não haja pressa, uma vez que primeiro a NASA deve continuar a explorar o território e ver como Marte pode ser alcançado em segurança.
Vinho da Geórgia
Segundo a história georgiana, este território era a zona de origem do rebento de uvas e do berço da viticultura. No território do país foram encontradas escavações geológicas incluso instrumentos de vinificação, tais como prensas de pedra e diferentes recipientes de vinho, feitos de metal ou lama – datando de II e III a.C..
A região com maior produção e viticultura é a parte oriental do país, uma região chamada “Kajeti”, que hoje continua a ser o centro da viticultura georgiana. As uvas da vindima são levadas para a cave ou “marani”, onde são depositadas em “sacjenli” ou em recipientes de madeira compostos por troncos vazios.
Se a Geórgia for o berço de Marte, só o tempo o dirá. Por enquanto, eles têm o inegável mérito de serem pioneiros no vinho do Planeta Terra.